2011 Set 11 - Saco da Pedra, ou Praia do Saco. Encontro com Mônica e Hilda às 08:00h no entroncamento de Massagueira na AL101. Margeamos o canal da Lagoa de Manguaba por um trecho, depois nos afastamos deste, em paralelo ao mar, até chegar à área de estacionamento (improvisado), junto a algumas típicas barracas de praia. Caminhamos pela praia por uns minutos até o "Saco" se estreitar um pouco (50 m de largura ?), e aí iniciamos o nado até o primeiro recife de arenito. Eduardo e Mônica (!!) cruzaram o recife e estabeleceram sua base para as coletas rente à borda recifal, no canal que separa o 1° do segundo recife de arenito. Via-se que o mar batia bastante no recife externo. O esquecimento do chumbo no carro e as marolas no mar tornaram a coleta bastante mais movimentada que a da véspera. Porém, a talhadeira que compramos em Maceió facilitou demais a obtenção de crostas com seu substrato. Mariana e Sula se estabeleceram no bordo interno do 1° recife, com água absolutamente calma, porém com visibilidade bastante limitada. A coleta durou cerca de 3h. Hilda e nossos companheiros caninos também ficaram no bordo interno do 1° recife.
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Eduardo no bordo interno do 1° recife de arenito, preparando-se para cruzá-lo (esconder o chinelo em uma reentrância, vestir a meia de algodão, já que a de neoprene ficou no RJ). Ao fundo se vê o 2° recife e o mar batendo. Foto por Mariana Carvalho. |
Esta área é muito exposta ao deságue do sistema lagunar Mundaú-Manguaba, que aporta além de água doce e nutrientes para a fauna recifal do Saco da Pedra e Praia do Francês, lixo. A depender do regime de chuvas a turbidêz pode ser muito alta.
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Um detalhe ainda não mencionado: zoantídeos (Palythoa, baba de vaca) abundam no bordo externo do 1° recife, justamente onde Eduardo e Mônica decidiram coletar. A falta de chumbo obrigava segurar-se no fundo para não tremer com as marolas durante a tomada das fotos. Este peixinho (Stegastes fuscus ?, donzela brasileira) teve o azar de que sua toca foi considerada o local ideal para a montagem do "estúdio fotográfico". Todas as esponjas eram levadas para ser fotografadas aí, pois era fácil manter-se no fundo, e sem necessidade de muito contato com a "baba de vaca". A esponja coletada desta rocha foi o espécime subgloboso à direita, do qual faltava um pedaço. Stelletta ? |
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A curiosidade da donzela era enorme, mas até que esta não era das mais agressivas. Aqui, a esponja é provavelmente uma Suberites aurantiacus. Esta espécie é amplamente distribuida na costa brasileira, com espécimes coletados até Santa Catarina. Também ocorre na região do Caribe, com material recentemente coletado em Curaçao por Eduardo.
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Onde está Wally? Agora a curiosidade da donzela era com a escala plástica de 5cm, e a nossa, com esta esponja amarela, preponderantemente incrustante, mas que pode formar estas projeções cilíndricas delgadas e rentes ao substrato. |
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Mariana em ação com a Canon G11 do TAXPO! Foto por Sula Salani. |
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Amphimedon viridis coletado e fotografado por Mariana Carvalho, para o projeto de doutoramento de Thomáz Vieiralves. Thomáz é aluno da Profa. Gisele Lôbo Hajdu, e está revisando com técnicas morfológicas e moleculares as espécies brasileiras deste gênero. Seu trabalho é realizado no Departamento de Genética, do Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes (UERJ, Rio de Janeiro). Apenas uma pequena fração do espécime foi coletada. |
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O grupo prepara-se para retornar à praia. Da esq para a dir, Hilda, Mônica, Mariana, Sula, Arthur e Merlin. A coleta foi um sucesso - cerca de 40 espécimes. Hora do almoço! Os espécimes destinados à extração de DNA, assim como aqueles para estudos químicos/farmacológicos foram fixados em etanol ainda no restaurante. Os demais só na pousada, por volta das 15:00. |
Uma vez na pousada, todos os espécimes recebem etiquetas e etanol, e os dados das etiquetas são reproduzidos em uma planilha Excel, que inclui os números dos arquivos de imagem relativos a cada espécime. Uma vez no Rio, esta planilha será importada diretamente no banco de dados do Setor de Poríferos do Museu Nacional.