terça-feira, 20 de setembro de 2011

1a Expedição do PNPD - Porifera (desdobramentos)

20 Set 2011 - Chegada ao Rio, início da triagem e curadoria do material trazido na bagagem. A planilha de campo será importada no banco de dados em File Maker Pro da coleção MNRJ de poríferos. Os espécimes estão sendo transferidos para frascos de volume adequado, completados com etanol 80%. O material para estudo de variabilidade genética já foi entregue à Profa. Dra. Gisele Lôbo Hajdu (UERJ). Falta agora a Itapemirim (ITEX) acusar a chegada do material despachado de Maceió em 15 Set.

Recebido o resumo de André F. Bispo da Silva e colaboradores, para revisão e posterior envio para o XXIX Congresso Brasileiro de Zoologia. O mesmo trata de novos registros de poríferos para o ecossistema recifal de Praia do Francês, e esperamos poder incluir ainda alguma espécie obtida nestas últimas coletas. Infelizmente, o prazo de submissão encerra-se no final do mês, quando o trabalho de identificação certamente não estará concluido ainda.

Paralelamente, vamos avançando com a segunda publicação de Victor R. Cedro e colaboradores, que deverá incluir algumas novas espécies de poríferos obtidas nos recifes do Município de Maceió. A primeira publicação decorrente do projeto de mestrado de Victor pode ser obtida no link http://www.biotaneotropica.org.br/v11n1/pt/fullpaper?bn02411012011+en.


sábado, 17 de setembro de 2011

1a Expedição do PNPD - Porifera (6° mergulho - Praia do Francês, Marechal Deodoro, AL)

15 Set 2011 - Praia do Francês. Resolvemos repetir a dose. Nova incursão em SCUBA ao recife intermediário de Praia do Francês, com direito a novos achados de grande valia para nossos estudos.

Mariana, Victor e Sula prestes a iniciar o último mergulho desta expedição, no recife intermediário de Praia do Francês.

Sula fotografando um espécime que crescia próximo a uma grande Desmapsamma anchorata. Foto de M. Carvalho. 
O mergulho na base do flanco externo do recife intermediário de Praia do Francês transcorre em meio a grande número de grandes ouriços Diadema antillarum, cuja espetada é particularmente dolorosa. Convêm estar atento. Foto de S. Salani.

O inquilinismo é muito comum em poríferos, e ofiuros estão dentre os mais frequentes inquilinos. Aqui, um espécime de Niphates erecta associado a ofiuros, sem qualquer temor em exibir seus esguios braços. Foto de S. Salani.

Um dos gêneros mais abundantes de poríferos, e possivelmente o mais rico em Praia do Francês é Mycale. Nesta foto de S. Salani, uma Mycale microsigmatosa (vermelha) e uma M. (Aegogropila) ou M. (Naviculina) (laranja). Já estão registradas oito, talvez nove espécies deste gênero no local - alagoana, angulosa, citrina, diversisigmata, escarlatei, laxissima, magnirhaphidifera, microsigmatosa.

Aplysina solangeae, uma espécie descrita em homenagem à saudosa Profa. Solange Peixinho (UFBA). Foto de S. Salani.

Uma espécie que encontramos para a tese de Sula – Lissodendoryx sp. Este era o maior espécime visto até então.

Outro peixe que aprecia uma decoração de esponjas em sua loca, o peixe-soldado (Myripristis jacobus). Porque será que tais ambientes em Praia do Francês apresentam tão densa cobertura de poríferos, enquanto na Piscina dos Amores praticamente não havia esponjas em tetos de locas?

Uma “chuva” dentro de casa!? No teto da loca do peixe-soldado, esponjas do gênero Chondrosia reproduzem-se assexuadamente por gotejamento, aparentemente induzido pela gravidade.

“A novidade veio dar na praia”? Nos anos de 1980-90 não consta que houvesse tal variante azul de Mycale laxissima no Brasil. De uns tempos para cá essa se tornou comum, tendo sido observada também na Bahia. Assemelha-se à Mycale mirabilis observada na Grande Barreira de Corais.

Dois espécimes da Classe Calcarea, assemelhando-se a pequenos cactos, encontrados sob uma lajota de arenito, cada qual com 1-2 cm de comprimento. Representantes desta classe são bastante raros no litoral de Alagoas, ou talvez demasiadamente diminutos para fácil reconhecimento por observadores desatentos. Outros espécimes observados, seguramente de outras espécies, não ultrapassavam mais que 2-3 mm de diâmetro máximo.

Outro habitante de ambientes crípticos, observado mais frequentemente ao abrigo da luz, como a maioria das esponjas. Esta planária (Filo Platyhelminthes), excepcionalmente, rastejava tranqüila sobre o leito arenítico, tendo inclusive ensaiado um curto nado, devidamente filmado com a mesma câmera (Canon G10).

Despedida da Ecoscuba - da esq para a dir, Eduardo, Victor, Sula, Mariana, Flávia & Thai, e Steven.  O apoio da operadora será fundamental para permitir a expansão do mapeamento da espongiofauna local para além do recife externo. Pretendemos aproveitar alguma oportunidade no verão para iniciar a exploração de cabeços e naufrágios em busca de espécies distintas.


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

1a Expedição do PNPD - Porifera (5° mergulho - Praia do Francês, Marechal Deodoro, AL)

2011 Set 14 - Praia do Francês (SCUBA) - Finalmente, a oportunidade almejada desde 2003 surgiu. Graças à ECOSCUBA conseguimos fazer um mergulho SCUBA no Francês, que apesar de raso (2-4 m prof.), nos permitiu explorar detalhadamente as amplas cavidades subrecifais existentes à curta distância da praia. Encontro na loja às 09:00h. Flávia Dabbur (Gerente Administrativa - ECOSCUBA) nos conduziu ao ponto de entrada na praia, e guiou-nos até o recife intermediário, atrás do qual realizamos o mergulho. O local é formado por uma longa laje paralela à praia, distante cerca de 40m da mesma, quebrada transversalmente aqui e ali, e formando amplas cavidades em seu flanco externo - coalhadas de poríferos. O melhor mergulho até agora. Confira!

Thai não queria que sua dona, Flávia, saisse para mergulhar. Nadou até nosso encontro, mas após uma  conversa entre amigos, retornou à margem sem muito protesto. Foto S. Salani.

Desmapsamma anchorata, possivelmente a esponja mais abundante em Praia do Francês. Cresce  mesmo  nos substratos mais improváveis, cercada de sedimento fino, e alcança grande tamanho, com ramos frequentemente ultrapassando os 30 cm de comprimento. Preponderantemente exposta à luz. Foto M. Carvalho.

Scopalina ruetzleri, outra esponja muito abundante, tanto exposta à luz, quanto abrigada desta no interior de cavidades recifais. Esta espécie é amplamente distribuida em todo o Atlântico Tropical Ocidental. Foto M. Carvalho.

Detalhe da reticulação subsuperficial em uma provável Callyspongia. Foto S. Salani.

O bordo externo do recife intermediário é tomado por ouriços. Em sua porção superior, vista na imagem, abunda Echinometra lucunter. Na base de sua face externa, Diadema antillarum. Alcançar o bordo externo do recife intermediário em marés bem baixas (p.ex. 0,2 m), nadando sobre o recife, oferece o risco de "aterrisagem" sobre um colchão de ouriços.

Outro guardião de loca, que gosta de uma decoração multicolorida, com destaque para a Mycale laxissima central e Tethya esférica amarela.

Um caranguejo-aranha sobre a esponja perfurante Cliona delitrix, ambos muito comuns no lugar.

Possivelmente Mycale alagoana, recém descrita e publicada no periódico online Biota Neotropica.

Eucidaris tribuloides, o ouriço-satélite, um raro comedor de esponjas. Aqui uma cena rara no Brasil - uma esponja vermelha pega carona em seus espinhos. A julgar pelo que conhecemos de nossos estudos no Peru, possivelmente uma Clathria. Na costa norte do Peru a associação entre Eucidaris thouarsi e Clathria é praticamente obrigatória (maiores informações em http://www.proyectoesponjas.blogspot.com). 

Sula e Eduardo no final do mergulho, clicados por Mariana.

Cada vitória, uma comemoração!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

1a Expedição do PNPD - Porifera (4° mergulho - Piscina dos Amores, Maceió)

2011 Set 13 - Piscina dos Amores, Maceió. 1° mergulho SCUBA, e 1° traslado em jangada! 08:30h, encontro na Praia de Pajuçara com o Sr. Mário (82-93268393, "40 anos de experiência em navegação") para carregar a jangada, baixá-la ao mar e partir para a piscina recifal. Álvaro havia agendado a saida e estava lá para nos ajudar e se despedir antes de sua partida para mais uma temporada em alto-mar. Tudo tranquilo até a chegada na piscina, após nem bem 20 min de viagem. Mergulhamos até cerca de 12:30h. No fim das contas fizemos um mixto de apnéia com SCUBA, pois estava tudo muito raso. Não passamos de 2m de prof., o aqualung sendo mais útil na hora de explorar alguns túneis e cavidades maiores. Este foi também o 1° mergulho com duas marretas e duas talhadeiras em ação, o que facilita em muito a coleta de crostas. Para comemorar o sucesso da coleta, "Arroz de Quenga Rica" no Divina Gula! Terminamos o trabalho com as amostras (etiquetagem, fixação e inserção em planilha) às 22:00h.

Para baixo "todo Santo ajuda", e os roleiros (profissional que desce a jangada até o mar e depois a sobe até sua vaga) tiram de letra. Aproveitamos para pegar carona e colocamos todo nosso equipamento na jangada. Foto M.Carvalho.
Sr. Mario usa jangada para 5 ou para 6 passageiros. Saímos com a de 6, para ter mais espaço para  o equipamento de mergulho. O vento contra demanda navegação em zigue-zague com uso de quilha. Na volta viemos com vento de popa,sem quilha. Foto S. Salani.

Chegamos à Piscina dos Amores, com grandes expectativas quanto à conseguir  afundar de verdade.  Ao final do mergulho, os aqualungs ainda com mais de 1/2 carga após nosso mixtão de apnéia com SCUBA. 

Mariana em busca de amostras. Foto S. Salani.

Os aqualungs facilitaram a exploração de túneis e grandes cavidades, os quais infelizmente não possuem a riqueza de poríferos que conhecemos de outras localidades (Atol das Rocas, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo). Situação semelhante havia sido vista em Porto de Galinhas (PE). Os poríferos ocorriam principalmente nas frestas e pequenas cavidades sob blocos recifais, seja relativamente soltos no fundo de pequenas piscinas, ou mesmo consolidados no arcabouço recifal.

Um dos espécimes coletados, possivelmente uma Niphates. Escala = 5 cm.

Algumas das crostas coletadas.

Quando falta saco, o recurso é compartilhá-los entre mais de uma amostra. Foto M. Carvalho.

Companheiros de habitat dos poríferos - poliquetos tubícolas da família Sabellidae.

Eduardo e Mariana - Tudo Azul após o mergulho e coleta neste paraíso quase urbano que é a Piscina dos Amores.  Foto S. Salani.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

1a Expedição do PNPD - Porifera (3° mergulho - Riacho Doce, Maceió)

2011 Set 12 - Riacho Doce. Passados alguns meses de concluida a leitura do livro homônimo, de José Lins do Rego, finalmente uma oportunidade de conhecer o mar que tanto agradara à Sueca Edna. Partimos de Praia do Francês às 07:30h para colher Victor e Álvaro às 08:00h em Maceió, e encontrar com Mônica e Hilda já em Riacho Doce. Da AL101N até a praia, uns 50 m apenas, em "trilha para automóveis". Uma curta caminhada na praia e logo entrávamos no mar. O aspecto era de um encalhe generalizado. Cada qual buscava romper os baixios como podia. Após cerca de 1h de mergulho super-raso, finalmente um setor onde se podia ao menos afundar a cabeça na água. Pouco depois, uma área onde era possível mergulhar de verdade, inclusive com amplas locas para exploração. Visibilidade bastante baixa, após primeira e única moréia do dia, encontramos algumas acumulações de rodolitos e "cacos" de recife, aglutinados por fauna diversificada de esponjas. Pena que já se percebia a subida da maré com a visibilidade piorando a olhos vistos.

Eduardo, perguntando sobre algum atalho para alcançar a parte mais funda . Aqui, frequentemente, havia que se rastejar para superar os trechos mais rasos. Foto por M. Carvalho.

Boa parte do substrato nesta praia constituia-se de rodolitos, com os quais as esponjas podem ter uma relaçao MUITO íntima, como se vê nesta imagem. É praticamente impossível coletar-se o porífero com o auxílio de uma faca apenas. Neste caso, em se tratando de um rodolito pequeno, foi tudo para o saco de coleta. No Lab tentaremos cortar esponja e rodolito com um disco de serra diamantado (tão logo tenhamos tal equipamento ...). 
Finalmente uma paisagem mais interessante para explorar. O teto da loca não era majoritariamente coberto por poríferos, como em tantos outros casos, mas o acúmulo de debri coralígeno de grandes dimensões propicia excelente alternativa de substrato para as esponjas.

Já nas partes um pouco mais fundas do recife (ca. 1-2 m de prof.), eis que surgem crostas em abundância. Nesta imagem, da esp para a dir.: Rhabderemia (?), Spirastrella hartmanie Timea sp. (com fendas porais).

Inevitavelmente, deparamo-nos com outros bichos, alguns de rara beleza. Aqui, uma anêmona tapete, cujos tentáculos  curtos e globosos, pareceram-nos imitar a alga Caulerpa racemosa, que também vimos no local. 

Ídem. Outro animal encontrado por acaso na busca por poríferos: uma planária (Platyhelminthes).  Foto por S. Salani.

domingo, 11 de setembro de 2011

1a Expedição do PNPD - Porifera (2° mergulho - Saco da Pedra, Marechal Deodoro))

2011 Set 11 - Saco da Pedra, ou Praia do Saco. Encontro com Mônica e Hilda às 08:00h no entroncamento de Massagueira na AL101. Margeamos o canal da Lagoa de Manguaba por um trecho, depois nos afastamos deste, em paralelo ao mar, até chegar à área de estacionamento (improvisado), junto a algumas típicas barracas de praia. Caminhamos pela praia por uns minutos até o "Saco" se estreitar um pouco (50 m de largura ?), e aí iniciamos o nado até o primeiro recife de arenito. Eduardo e Mônica (!!) cruzaram o recife e estabeleceram sua base para as coletas rente à borda recifal, no canal que separa o 1° do segundo recife de arenito. Via-se que o mar batia bastante no recife externo. O esquecimento do chumbo no carro e as marolas no mar tornaram a coleta bastante mais movimentada que a da véspera. Porém, a talhadeira que compramos em Maceió facilitou demais a obtenção de crostas com seu substrato. Mariana e Sula se estabeleceram no bordo interno do 1° recife, com água absolutamente calma, porém com visibilidade bastante limitada. A coleta durou cerca de 3h. Hilda e nossos companheiros caninos também ficaram no bordo interno do 1° recife.

Eduardo no bordo interno do 1° recife de arenito, preparando-se para cruzá-lo  (esconder o chinelo em uma reentrância, vestir a meia de algodão, já que a de neoprene ficou no RJ). Ao fundo se vê o 2° recife e o mar batendo. Foto por Mariana Carvalho.
Esta área é muito exposta ao deságue do sistema lagunar Mundaú-Manguaba, que aporta além de água doce e nutrientes para a fauna recifal do Saco da Pedra e Praia do Francês, lixo. A depender do regime de chuvas a turbidêz pode ser muito alta.

Um detalhe ainda não mencionado: zoantídeos (Palythoa, baba de vaca) abundam no bordo externo do 1° recife, justamente onde Eduardo e Mônica decidiram coletar. A falta de chumbo obrigava segurar-se no fundo para não tremer com as marolas durante a tomada das fotos. Este peixinho (Stegastes fuscus ?, donzela brasileira) teve o azar de que sua toca foi considerada o local ideal para a montagem do "estúdio fotográfico". Todas as esponjas eram levadas para ser fotografadas aí, pois era fácil manter-se no fundo, e sem necessidade de muito contato com a "baba de vaca". A esponja coletada desta rocha foi o espécime subgloboso à direita, do qual faltava um pedaço. Stelletta ?

A curiosidade da donzela era enorme, mas até que esta não era das mais agressivas. Aqui, a esponja é provavelmente uma Suberites aurantiacus. Esta espécie é amplamente distribuida na costa brasileira, com espécimes coletados até Santa Catarina. Também ocorre na região do Caribe, com material recentemente coletado em Curaçao por Eduardo.

 
Onde está Wally? Agora a curiosidade da donzela era com a escala plástica de 5cm, e  a nossa, com esta esponja amarela, preponderantemente incrustante, mas que pode formar estas projeções cilíndricas delgadas e rentes ao substrato.

Mariana em ação com a Canon G11 do TAXPO! Foto por Sula Salani.

Amphimedon viridis coletado e fotografado por Mariana Carvalho, para o projeto de doutoramento de Thomáz Vieiralves. Thomáz é aluno da Profa. Gisele Lôbo Hajdu, e está revisando com técnicas morfológicas e moleculares as espécies brasileiras deste gênero. Seu trabalho é realizado no Departamento de Genética, do Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes (UERJ, Rio de Janeiro). Apenas uma pequena fração do espécime foi coletada. 

O grupo prepara-se para retornar à praia. Da esq para a dir, Hilda, Mônica, Mariana, Sula, Arthur e Merlin. A coleta foi um sucesso - cerca de 40 espécimes. Hora do almoço! Os espécimes destinados à extração de DNA, assim como aqueles para estudos químicos/farmacológicos foram fixados em etanol ainda no restaurante. Os demais só na pousada, por volta das 15:00.
Uma vez na pousada, todos os espécimes recebem etiquetas e etanol, e os dados das etiquetas são reproduzidos em uma planilha Excel, que inclui os números dos arquivos de imagem relativos a cada espécime. Uma vez no Rio, esta planilha será importada diretamente no banco de dados do Setor de Poríferos do Museu Nacional.

sábado, 10 de setembro de 2011

1a Expedição do PNPD - Porifera (1° mergulho - Praia do Francês, Marechal Deodoro))

2011 Set 10 - 06:00h, alvorada. 06:30h, caminhada na praia. 07:00h. café. 08:00h, deslocamento até a praia com preparativos completos para a coleta. 08:30-10:45h, maré 0.2; Álvaro Altenkirch, André, Eduardo, Mariana, Sula e Victor, coletando esponjas. Foco em crostas nas faces dos matacões (blocos ou lajes de coral) abrigadas da iluminação direta. Hilda e Mônica em busca de poliquetos. De um modo geral, já está difícil conseguir espécies que ainda não tenhamos coletado no passado. Porém, é ótimo ter a oportunidade de refazer imagens de muitas espécies para as quais não tínhamos ilustrações digitais de alto nível, ou que ilustrassem as variantes morfológicas que observamos. Das 30 amostras obtidas, apenas duas são para estudos químico-farmacológicos, por terem sido encontradas em quantidade suficiente, e por se tratar de espécies ainda não coletadas na Bahia, estado que concentrou até agora o esforço de coleta para este tipo de abordagem acadêmica. Tais materiais serão despachados para o Instituto de Química de São Carlos (SP), onde serão estudados pela equipe do Prof. Dr. Roberto G.S. Berlinck.

Início da coleta. Da esq para a dir, Sula, Álvaro, Victor e Mariana.


Primeiras imagens subaquáticas obtidas por Mariana Carvalho. Muito bem!  Esponja branca:  Chondrilla ou Chondrosia. Esponja amarela: possivelmente Mycale citrina. Esponja abóbora: possivelmente Tedania ignis.
Uma crosta interessante coletada por Sula Salani, também dentre suas primeiras "fotossub". Que bicho é esse?? 


Tethya coletada por Eduardo. Esta espécie, de coloração externa negra, e amarela em seu interior, ainda não encontramos em outros estados brasileiros. Notar o núcleo denso de espículas, de onde partem feixes radiais rumo à superfície da esponja. Em uma espécie deste gênero, ao menos, já se observou que estes feixes conduzem luz ao interior da esponja, permitindo que se desenvolvam algas verdes associadas, nas porções mais internas da esponja. As bolinhas na superfície do espécime são brotos, estruturas para reprodução assexuada, que se desprendem da esponja mãe, e normalmente se fixam e desenvolvem não muito longe desta.

Vale lembrar que estamos em um Sábado! Assim, enquanto nós nos "divertíamos" coletando material biológico para  nossos projetos, a Profa. Hilda se divertia cuidando dos mascotes, que ensaiam uma nova invasão do meio aquático pelos mamíferos, assim como fizeram no passado as linhagens evolutivas que conduziram às focas, golfinhos, baleias e outros. Com bolinha: Merlin. Sem bolinha: Arthur.