Em 2014 tivemos a grata notícia da aprovação, sem cortes, de nosso projeto submetido ao Edital de Ciências do Mar da CAPES (MEC). A seguir, o resumo do projeto:
Projeto MBQMar
QUALIFICAÇÃO DE PESSOAL EM MAPEAMENTO DE BIODIVERSIDADE E QUIMIODIVERSIDADE MARINHA NO ATLÂNTICO TROPICAL OCIDENTAL– esponjas como modelo de estudo, das Antilhas ao Rio de Janeiro e do entremarés à zona batialO projeto MBQMar reúne equipes interdisciplinares de importantes universidades do país, lideradas pela UFRJ e UERJ. Estas equipes vêm atuando de forma integrada no âmbito de iniciativas diversas, às quais recentemente agregou-se o Laboratório Internacional Associado MARRIO, formado por pesquisadores brasileiros e franceses, e que juntamente com o MBQMar, poderá impulsionar o estudo integrativo da biodiversidade e quimiodiversidade de poríferos no Atlântico Tropical Ocidental. O estudo da biodiversidade produzirá mapas de distribuição e endemismo, e avaliará a conectividade entre poríferos brasileiros e caribenhos. O foco do projeto em inovação se reflete no uso de um verdadeiro «arsenal tecnológico» para elucidar questões primordiais do mapeamento de recursos vivos e suas potenciais aplicações biotecnológicas. A caracterização de espécies fará uso não somente de microscopia óptica e eletrônica, mas também de sequenciamento de RNA e DNA mitocondrial, e de HPLC-DAD-ELSD-MS (cromatografia líquida de alto desempenho, associada à detecção de arranjo de fotodiodos, detecção evaporativa de espalhamento de luz e espectroscopia de massa). Espécies bem caracterizadas permitirão mais facilmente a detecção de complexos. Avançaremos assim o conhecimento acerca da real diversidade biológica em mãos, e viabilizaremos foco mais preciso e maior repetibilidade de estudos bioprospectivos, através de uma melhor compreensão da variabilidade intraespecífica em escala temporal, geográfica e batimétrica. Este melhor foco e maior eficiência em bioprospecção será alcançado com a abordagem integrativa do fingerprinting metabólico, que se usará paralelamente ao protocolo tradicional do fracionamento guiado por bioensaios. As assinaturas químicas obtidas na forma de metabolomas constituirão um banco de dados que auxiliará a derreplicação de estudos químicos, e uma biblioteca de caracteres quimiossistemáticos, que se utilizará na abordagem taxonômica integrativa. Além dos bolsistas diretos do projeto, a formação de recursos humanos especializados agregará também alunos com bolsas obtidas nas seleções regulares de ingresso nos programas de pós-graduação apoiadores desta proposta, bem como pós-doutorandos (PNPD, PDJ).
A primeira expedição organizada com recursos deste projeto, em contrapartida aos do LIA-MARRIO [Laboratoire International Associé - MARRIO (CNRS-CAPES)] foi a de Abrolhos em Dezembro de 2014 (ver postagens neste blog - http://esponjasbrasileiras.blogspot.com.br/2014/12/bahia-em-01-07-de-dezembro-de-2014.html). Para 2016 os planos eram muito mais ambiciosos, refletindo as diversas facetas dos estudos em Ciências do Mar efetuados no TAXPO/UFRJ, agora TAXPOmol/UFRJ. Nossos alvos de trabalho incluíam forçosamente materiais de águas rasas e profundas, obrigando-nos a adotar uma estratégia amostral bem distinta daquela da Expedição EXPO-CERN de 2014 (http://esponjasbrasileiras.blogspot.com.br/2014/04/ii-expedicao-do-pnpd-expedicao.html), quando a coleta costeira atendia nossas necessidades. Agora, precisávamos conseguir materiais dragados em alto-mar, bem como coletados através de mergulho autônomo no arquipélago de Fernando de Noronha. Naturalmente, para levar a cabo este intento, só com um aporte considerável de $$$.
Foram muitos meses de preparativos, e mais que tudo, economia. Com a maior parte dos recursos outorgados ao nosso projeto, contingenciados pela administração federal, reduziram-se em muito nossas opções. O relato que vocês verão nas próximas postagens, ilustra até onde conseguimos avançar na Expedição TB'16, ainda em curso.
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