terça-feira, 1 de abril de 2014

2a Expedição do PNPD - EXpedição POríferos do CE e RN (EXPO-CERN): agora é mão na massa!

29 Mar 2014 - Finalmente, dia da primeira maré baixa em Mundaú! Quem diria que a casa que alugáramos ficava de "cara para o gol"!? Era só descer a escadinha, atravesssar a praia, e TCHIBUM! Recifes para todos os lados, quase que a perder de vista. Éramos seis pesquisadores, cadda qual com seu kit-coleta, que desta vez incluia câmera fotográfica subaquática individual.

R$200/dia muito bem investidos. Claro que não era o Palácio da Disney, mas as casinha estava excelente para nossas necessidades. Dois quartos (uma suite), mais um banheiro, sala e cozinha integradas, e MUITA área externa. Mas como dito antes, o destaque ficou mesmo por conta da proximidade do recife. No alto, à esquerda, um tremendo galpão, com condicões de abrigar mais de 30 visitantes dormindo em redes, que utilizamos como depósito do material que não precisaríamos para os trabalhos no entremarés.

Sula ocupada em nossa cozinha. Nossa cearensezinha deu uma tremenda ajuda no fogão. E ai de quem cogitar que foi só isso!! Seria um LUXO ter alguém para cuidar só dos afazeres domésticos, mas esta não é uma possibilidade real em um expedição com seis pesquisadores apenas.

Maré ainda com um longo caminho por baixar, mas a tática era curtir as duas horas que antecediam a baixamar e as duas que a sucediam. Eduardo era o único usando chumbo (= maior estabilidade para a tomada de fotos).

E então? Que bicho é esse? Será o MNRJ 17274 uma Lissodendoryx?

MNRJ 17276, Amphimedon viridis, para estudo genético pela equipe da Profa. Gisele Lôbo Hajdu (UERJ - http://www.biologia.uerj.br/dbcg/lab_lgmar.htm).

MNRJ 17279, Niphates cf. erecta, também para estudo genético.

Duas Tethya sp. "conversando". Esponjas deste gênero são possivelmente as esponjas mais "rápidas", sendo capazes de se deslocar alguns poucos milímetros por dia. Não está claro se a esponja abaixo é clone da de cima, ou se a fusão ocorreu já após a fixação do indivíduo de baixo.

Um pouco mais afastado da linha de praia surgem estes recifes elaborados pelo poliqueto Phragmatopoma, onde as esponjas são muito raras (ao menos dentre aquilo que se poderia denominar megafauna). Desta vez não foi possível alançar a linha de arrebentação para checar a existência de alguma piscina de maiores proporções. No geral, curiosamente, os pontos mai fundos estavam logo junto da praia (e cheios de esponjas).

Não fosse a câmera alagada, seria só alegria. Mas de qualquer forma, foram 4h de apnéia muito proveitosa, com cerca de 50 amostras obtidas.

1º dia = todos uniformizados.

Mergulho de apnéia em águas quentes quase não gera o que lavar depois. Tranquilo.

Inicia-se a triagem: taxonomia (etanol), química (etanol e gelo), genética (RNAlater, hidrocloreto de guanidina, e por vezes etanol). Isso rendeu bem umas duas horas por dia.

Era trabalho para todos, de modo que a cozinha ficava no esquecimento, e o almoço ia viranddo jantar ... 

Fim do dia, Sula, Baslavi, Mariana, Camille e André posam no alto de uma temenda duna, após passeio de bugre para conhecer as redondezas. Eduardo ficou cuidando do "housekeeping", que neste caso era baixar as fotos de todos e povoar a planilha de dados, e batalhando contra o sono. Dia seguinte: de pé às 05:30h para completar o que ficou faltando.

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